segunda-feira, 25 de maio de 2009

DIA 12 - Aventura para que te quero?!?

Nampula – Ilha de Moçambique


Hoje começámos com incompetência e pessoas pouco prestáveis para conseguir alugar um carro. O dia estava a começar como tinha acabado o de ontem. Menos bem. Eu já me estava a passar. A minha cabeça já estava numa praia das Chocas que me referenciaram ao pé da Ilha (um pesadelo mais à frente...).




A meio da manhã lá nos safámos rumo à Ilha.

Como alguns de vocês sabem é considerado Património Mundial. Havia alguma expectativa no que iríamos encontrar.



Estávamos uma vez mais à aventura.
Mas desta vez íamos percorrer imensos kms em estradas moçambicanas sem o Timoneiro João.

200 kms depois chegamos à entrada da Ilha e cruzamo-nos com o amigo Fernando que nos aguardava desde ontem.
Tinham-lhe assaltado a loja da Ilha.
Ele que tinha sido já de uma disponibilidade imensa reservou-nos o hotel inclusive, estava agora um pouco atrapalhado.
Por isso um até já Biscaya.

Hotel Escondidinho. Giríssimo. Muito verde com a zona do barzinho/restaurante perto da piscina. Bonita decoração.

O meu irmão não estava muito bem ficou no hotel. Eu e a minha mãe partimos de carro rumo às Chocas (do que ele se livrou!!). Missão ir aquela praia e tentar encontrar um sitio lá para dormir na 3ª antes do regresso a Nampula.

25m em alcatrão. Da saída da Ilha até ao cruzamento onde diz “Mar de Chocas”.
Depois estrada de terra batida. Andas 15m só em buracos e troços com imensa areia.
Da esquerda da faixa à direita da faixa, não dava para escapar. Nós num Toyota Corolla de armadilha em armadilha. Só pensava quando é que vou furar ou atascar-me na areia aqui no meio do nada?!?
Foi uma aventura. Foi duro. Foi stressante.

Outro obstáculo 17h começa a anoitecer e eu queria chegar ao alcatrão, no regresso, ainda de dia. Lá fomos passando por aldeias. Os locais a olhar para nós estilo “o que é que estes fazem aqui??”. Aliás até eu já me perguntava: «o que é que estou aqui a fazer??».
Só queria um merecido mergulho nas Chocas para depois fazer o regresso em contra-relógio. Senti-me um verdadeiro Loeb a fazer o Rali das Chocas a meias com a minha madressita. Surreal.
Bem. Entre aldeias matei uma galinha que mudou de ideias voltou atrás para o meio da estrada. Tarde demais ficou debaixo do carro. Senti-me mal mas como estava numa de sobreviver e chegar bem ao destino pus esse episódio para trás das costas.

Noite dentro de volta à Ilha.
A única entrada é uma ponte…. com uma faixa!! Onde passam chapas (carrinhas) carregados de gente, motas, bicicletas, moçambicanas com o filhote às costas a fazer aquela imensa ponte a pé. Que cenário.


Banhoca e jantar fora. Sitio quase único aqui na Ilha, explorado por uma sueca, e muito cool.
Comeu-se muito bem.

Regresso a pé ao hotel.
A Ilha dá uma sensação de segurança.
Ruas todas escuras com muitas casas em ruínas sem qualquer iluminação, mas tudo sem problemas.


Fico a beber um copo no bar do hotel e a pôr no papel o meu dia.
Sozinho na minha, quando a dona do hotel vem-me apresentar um amigo da amiga?!?
Ok aqui em Moçambique todos se conhecem.
Não era o caso.
Até havia amigos comuns, aqui o mundo parece mesmo pequeno, mas no final, eu sim fiz um amigo. Conversámos o resto da noite.
Tema Moçambique como pano de fundo. Os 2 em viagem: de onde vens? o que fazes aqui? para onde vais? André 5 estrelas.


Final de dia já bem mais agradável aqui em “omu hipiti” (ilha).

Beijos e abraços do Macunha (branco dialecto macua – Nampula) Miguel.

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