quinta-feira, 21 de maio de 2009

DIA 8 - Maputo IV - Sozinho na cidade

Maputo

Xoane (Olá)
Último dia da semana em Maputo. Aliás para mim já soa mesmo a despedida de Maputo. Calma!!! Não estou de malas para Lisboa. Estejam descansados. Não têm que me aturar até Junho.
Vamos para o Norte de Moçambique. Voamos de manhã pelas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM.. que medo!!). Digo-vos só que se na Barra encontrei praias fenomenais, estou à espera de encontrar praias de sonho nos próximos dias.
Primeiro uns dias em Pemba, depois voaremos no início da próxima semana para Nampula. Vamos equilibrar os dias de piscina e passeios a conhecer a Capital, e trazer praia de novo para as nossas férias.


Hoje então mais uma manhã no Clube Naval na piscina. Para quem vive cá a piscina não está com a água muito convidativa a mergulhos. Mas para mim está óptima. O sol de manhã foi amigo e deu-me mais uma excelente manhã de mergulhos e descanso mesmo junto ao mar.

À tarde aventurei-me sozinho pelas ruas da baixa de Maputo. Como poderei não ter nova oportunidade para o fazer, optei mesmo vindo sozinho, por dar uma volta, ver uma ou outra loja, vendedores de rua, e passear, conhecer.
Para terem uma ideia vou o mais discreto possível. Calções, t-shirt, chineloca e mochila. Não há cá relógios e óculos escuros. Gosto de passear nestes sítios que não conheço mas não posso dizer que me sinto seguro.
Andava a ver pulseiras e outras coisas expostas no chão pelos vendedores de rua, eles caem logo em cima para tu veres experimentares e escolheres o que tu gostares. Foi então que um perguntou «qual é que queres?» e eu disse que estava a ver a pulseira, quanto é ? «180 meticais» e eu respondi-lhe que na minha moeda andava perto de 5€ e que era muito dinheiro por uma pulseira. Ele «150» e eu abanei a cabeça em desacordo e respondi 100. Ele «120» e eu a curtir com a pica de estar a negociar disse que não. Ele insistiu e eu agradeci e virei-lhe as costas. Veio logo atrás de mim um bocado de trombas «vá leva pelo preço que disseste». Negócio fechado. À volta de 3€ foi uma experiência gira regatear com o vendedor. Já há uns dias que queria fazer isto.
Ainda tive tempo para o que eu apelido de ‘regresso ao passado’, quando fui a pé até às instalações do Maxaquene. Antigo Sporting de Lourenço Marques. Estava a haver um jogo no pavilhão. Aventurei-me fui entrando.. entrando de surra para não dar nas vistas. Não sei se estava a conseguir fazê-lo porque eu era o único branco no pavilhão!! Mas tirei fotos (aqui têm uma mania da perseguição em relação a tirar fotos a certos edifícios e os moçambicanos não gostam de ser fotografados). Depois fiz uma pergunta a um senhor muito simpático sobre o clube. Contei-lhe que vivia em Portugal mas que os meus pais viveram cá. E que vinha conhecer o sítio onde o meu Pai e o meu Avô paterno viveram muitos episódios. O meu Pai foi defesa dos juniores do Sporting daqui e campeão de ciclismo também no mesmo clube. O meu avô foi dirigente há mais 30 anos. Foi o meu bilhete para a sala da direcção e troféus do clube e ainda às bancadas do campo para tirar fotografias.

No final da tarde juntámo-nos para mais umas voltas guiados pelo João por Maputo. Grande confusão. Trânsito. Pessoas. Pobreza. Bairros de barracas. Miúdos fardados a sair da escola. Poluição dos tubos de escape (só aqui para se perceber bem). Lojas locais. Tecidos e artesanato africano… Mais uma pincelada de Maputo.
Fechámos o dia com uma jantarada em casa de um amigo e antigo colega da minha mãe dos tempos em que ela era aeromoça.


Beijos e abraços do Molungo Miguel.
Hambanine (Adeus).

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