Xoane!!
Último dia de férias em Moçambique.
Amanhã passarei o Dia Mundial da Criança feito um menino de aeroporto em aeroporto.
Começámos mal o dia. Pelo menos eu desiludi-me com o Bilene.
Ontem tinha sido mais num sentido de conhecer. Passear e ir ouvindo as histórias dos 3 ‘adolescentes dos finais dos anos 60’ recordando onde ficavam, onde eram as festas, as praias, os fins de ano passados na areia junto à lagoa…
Hoje de saída do Bilene queria ir à praia mesmo na lagoa.
Até se pudesse dar um mergulho antes de tomar o pequeno-almoço. Mas desci até à lagoa com a minha mãe e ficámos estupefactos com o lixo da praia, o lodo da beira mar, o capim na areia. Aquilo já não dá para fazer praia ali. Está um nojo.
Até se pudesse dar um mergulho antes de tomar o pequeno-almoço. Mas desci até à lagoa com a minha mãe e ficámos estupefactos com o lixo da praia, o lodo da beira mar, o capim na areia. Aquilo já não dá para fazer praia ali. Está um nojo.
Eu não deixava o meu Tato e o meu Gonçalinho ir para ali de certeza.
Dou o crédito que ali só alugando um barco para ir ao outro lado da lagoa (na fronteira com o mar), onde este lixo e este abandono não deve ter ainda lá chegado para destruir a praia.
Surpreende-me saber que algumas das mais altas personalidades moçambicanas têm ali a sua casa de férias mas nem mesmo isso é motivo para as coisas estarem mais preservadas.
À semelhança do que se passa com quase todo o Moçambique que conhecemos.
Uma beleza natural indescritível em palavras.
Mas que o passar do tempo e a cultura de pouco desenvolvimento estão a deixar uma realidade que vai do 8 ao 80.
Bilene para trás das costas.
O caminho para chegar à praia volta ser uma ‘fábula’. Só de jipe e mesmo assim algumas vezes só com um tractor para tirar o jipe atascado nas terras.
Pelo meio temos de atravessar um rio. Pitoresco o ‘ferry’ moçambicano.
Não fomos ao fundo e assim passámos buracos, autênticas valas.
E até à praia íamos encontrando uns mofana que com uma sachola tentavam tapar um pouco dos buracos (tipo fazer uma ponte com palitos).
Ou seja, o caminho é de tal forma acidentado que este tapa buracos acaba por não ser grande ajuda, mas é o fim para eles darem azo ao desporto nº1 nacional que é estender a mão para pedir.
Estou a ser mauzinho ao descrever assim esta realidade mas todos pedem e tu não podes ajudá-los a todos.
Alguns tão pequeninos «kombela (ajuda) patrão» parte o coração.
Chegamos à Macaneta!!
Uma daquelas praias que descrevi noutros locais. Só para nós.
Praia linda em mar aberto, um pouco diferente das águas calminhas que fomos encontrando na Moçaventura, mas a água óptima.
Adorei mais este sítio.
Custou sair daqui.
Custou sair daqui.
Com tudo o que de triste e negativo fui descrevendo neste e em posts anteriores, acreditem que há algo que nos puxa aqui. Algo que fascina.
Bem sei que é uma realidade que conheci a fazer férias mas o contraste também nos faz apaixonar por esta terra.
Hambanine.
Amanhã voo para Portugal.
Beijos e abraços.
Molungo Miguel desde o Maputo.
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